28.12.15

O ABC de 2015 da Voz do Deserto

A interessante síntese anual do meu primo Tiago, da qual destaco muito em particular o tema atribuído ao D., aconselhando a leitura do restante alfabeto.

"D. D de divórcios

Deus detesta o divórcio porque o divórcio é desprezar o valor da palavra dada. Como fomos todos criados pela palavra, de cada vez que há um divórcio é sinal que alguém se levanta contra o poder através do qual foi criado. O divórcio é, por isso, uma não-vida. A pessoa que promete e que depois manda a promessa para o lixo é uma pessoa que se mandou a si mesma para o lixo. Neste 2015 o que mais me custou neste domínio dos divórcios nem foi propriamente a existência deles (quem é que em 2015 ainda se espanta com novos divórcios?). O que mais me custou em 2015 é que a existência do divórcio faça existir tão pouca indignação nos cristãos. Justifico esta minha opinião. Infelizmente vi divórcios a acontecer entre cristãos evangélicos no espaço de menos de um ano, sinal de que o crime compensa e que ninguém se vai dar ao trabalho de, pelo menos, tentar fazer alguma vida negra ao criminoso. O que quero dizer com isto é que não acho que a condenação cristã da violência implique que os cristãos tratem pacificamente alguém que através do divórcio agride outras pessoas. Os cristãos continuam a confundir sofrimento pela fé com indiferença à injustiça. Se muitos dos que abandonam os seus cônjuges e suas famílias soubessem que iam ter de enfrentar a força daqueles que se colocam ao lado dos ofendidos, talvez pensassem duas vezes antes de o fazer. Enquanto as igrejas tratarem os que abandonam as suas famílias como se esse fosse um direito que lhes assiste sem que haja consequências, acabam na prática a dizer que o divórcio não é assim tão mau. Podem crer que o evangelho exige honra cigana no matrimónio mas hoje somos todos meninos finos que não querem sujar as mãos."

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