23.6.15

Das (in)certezas.

Há poucos meses, o meu mundo desabou. Todos os meus pesadelos tomaram forma humana e invadiram os meus dias. A dor surgiu-me surpreendentemente inquantificável e a incompreensão perseguiu-me até no sono. Fui empurrada para um profundo deserto, mas foi lá que me senti impelida a reduzir-me ao essencial: o meu Criador. Larguei todas as pedras que tinha em mãos aos pés da cruz e submeti-me inteiramente à Sua vontade. 
Deus fez-me entender, com outros olhos, o Seu tremendo amor por mim da forma mais dolorosa, envolta numa intensidade que eu nunca antes havia experimentado. Quando caí por terra, foi o Senhor que me fez ouvir a Sua voz doce no meio da ensurdecedora dor; que aos poucos me envolveu numa paz que excede todo o entendimento; que diariamente me recordou que as Suas promessas são eternas e o Seu amor imutável; que me fez saber que Ele não me abandonou; que a última palavra é Sua e que a Sua graça é a única coisa que nos impede de sermos consumidos; que ceder à nossa revolta só vai manchar o nosso coração e impedir que Ele nos inunde com as Suas maravilhas; e que o mal se paga com o bem, assim como Cristo o fez por nós.
Tristemente, nada disto é passado. Todos estes desafios permanecem intensos e diários, mas a vitória está mais à frente. Anseio pelas maravilhas que o Senhor ainda não me fez saber e é por elas que aguardo, na Sua dependência.
O perdão é o único caminho válido, aquele que traz toda a glória ao Pai. As pessoas que mais amamos e em quem mais depositamos a nossa confiança podem falhar-nos, mas o Senhor é aquele que nunca nos volta as costas. Jamais! Ele é verdadeiramente fiel, ao contrário dos homens. Esta e muitas outras certezas devem revestir o nosso coração. É imperativo. Se não for Deus que procuramos de todo o nosso coração, nada destas coisas farão o mínimo sentido. Não passarão de palavras ocas e incómodas, que nos impacientam. O círculo tem vindo a apertar-se, o inimigo está faminto e nós somos chamados a responder em conformidade com o que afirmamos. As nossas acções revelam o interior do nosso coração e, se esse não estiver cheio de Cristo, o abismo está a poucos passos de nós.

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