Sou cada vez menos palavras

Tendência que se tem agravado. Tento combatê-lo, face à minha infância e adolescência rica em escrita. Não sei o que me deu. Quanto mais há a dizer, mais há a sossegar cá dentro, sem vontade de sair. À semelhança deste Outono que chegou, só tenho vontade de deixar as palavras aconchegadas no calor de uma manta ou no bucal de uma chávena de chá. Em silêncio. De quando em vez vêem à tona, como que para encher os pulmões e voltam a submergir. Sim, completamente descomprometida. Sobretudo porque aquilo que de melhor há a dizer, é o que fica por contar e, sobre isso, só quem sabe, sabe.